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6 de março de 2011

8 de março Dia Internacional da Mulher

Este blog faz homenagens ao Dia Internacional da Mulher.
Citamos algumas para representar os marcos das Conquistas das Mulheres na História.
Por suas lutas, conquistas, participação política, educação e papel da mulher na sociedade.

Elena Piscopia Cornaro - Primeira mulher com diploma superior/1678


Drª Veridiana Victoria Rossetti - Agronoma/ ESALQ-1939

                                        Celina Guimaraes - Primeira eleitora no Brasil

Luiza Alzira Soriano de Souza - Primeira mulher eleita Prefeita e Vereadora no Brasil

Drª Ana Primavesi - Pioneira da Agroecologia no Brasil



Drª Dilma Vana Rousseff - Economista, primeira mulher eleita Presidente do Brasil


Drª Sandra Barros Sanchez - Educação Agrícola - Vice Diretora do CTUR/UFRRJ

Minha mãe - Srª Beatriz Pereira dos Santos - Analfabeta - Agricultora familiar 

Minha irmã - Ana Cristina Lopes de Lima - Técnica em Hotelaria - CTUR/UFRRJ

As datas e os marcos das conquistas:

• 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.

• 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.

• 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.

• 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.

• 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.

• 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas

• 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres

• 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.

• 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças

• 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina

• 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres

Santa Luzia, ora-pro-nobis


Igreja de Santa Luzia

Pode ser até coincidência, mais alguma coisa não estava bem com o clima, chovia muito em várias cidades de Minas Gerais (final de dezembro de 2010) e não pudemos expandir as nossas pesquisas, sobre as histórias dos municípios que tínhamos programado para visitar. Dias depois ao retornar ao Rio de Janeiro, acontecia a tragédia da Região Serrana, por ocasião, também das fortes chuvas.
Como a chuva atrapalhava as nossas andanças e a pesquisas sobre o Ora-pro-nobis, pois tínhamos que visitar algumas propriedades, resolvemos sair de Sabará e optar por outra cidade histórica. Em nossa visita ao Museu de Artes e Ofícios, despertou também, atenção sobre os Tropeiros e decidimos saber qual a cidade mais próxima de BH tinha fatos sobre o tropeirismo.

 Então, fomos para Santa Luzia, que é um dos mais antigos de Minas Gerais que se originou com aventureiros em busca de riquezas e que com o fim da exploração do ouro, o velho lugarejo e depois povoado de Bom Retiro, tornou-se um importante centro comercial e ponto de parada dos tropeiros que vinham negociar e comprar mercadorias.

Estranhamente, mesmo com a passagem dos tropeiros por Santa Luzia, das histórias da cidade, pouco se refere com a presença de muares, tanto como transporte de cargas ou passeios ecológicos, bem como, a criação ou reprodução. O último levantamento feito é de 2003 e se refere aos equinos, com rebanho106 cabeças. A cidade está voltada apenas para o turismo religioso, pois mantém viva a cultura popular através de festas religiosas como: Nossa Senhora do Rosário, Folia de Reis e da padroeira da cidade, Santa Luzia. O município vem se destacando pelo seu potencial de desenvolvimento industrial, comercial e de serviços.

Em nossas andanças, pudemos perceber o orgulho dos moradores da cidade e dos velhos casarios, pois, sabem eles, que ali passou figuras importantes de nossa história, como o bandeirante Borba Gato, que implantou em 1692 o primeiro núcleo da Vila, as margens do Rio das Velhas. O imperador D. Pedro II visitou Santa Luzia em 1881, ficando hospedado no Solar da Baronesa, hoje, um centro de referência social e cultural do século XVI, localizado na Rua Direita, no Centro Histórico. Sendo um dos municípios mais antigo de Minas Gerais, Santa Luzia, mantém mais de três séculos de história, que começou em 1697, onde ergueu-se o definitivo povoado, que primeiramente era Arraial e recebeu o nome de Bom Retiro. 150 anos depois, em 1856, o povoado foi emancipado e desmembrado de Sabará e a partir de 1924, passou a se chamar Santa Luzia.

Solar da Baronesa

Tudo começou, em 1692, durante o ciclo do ouro, com remanescentes da bandeira de Borba Gato e o fim do garimpo de ouro de aluvião e com a enchente de um rio que existia um porto para os barcos que navegavam pelo Rio das Velhas, transportando mercadorias comercializadas em Minas Gerais. Assim, Santa Luzia passou a ser um ponto de referência do comércio, cultura e das artes. O pequeno vilarejo mudou-se para o alto da colina, onde hoje, é o Centro Histórico da cidade.
Santa Luzia já foi palco de batalha (1842), final da Revolução Liberal, entre as tropas do governista Coronel Lima e Silva (Duque de Caxias) e do liberalista Teófilo Otoni que defendia a descentralização do poder e a autonomia das províncias. O casarão, que abriga hoje a Casa da Cultura, antigo Solar Teixeira da Costa, foi o quartel general dos revolucionários e ainda guarda as marcas de balas em suas janelas. A batalha final foi travada no Muro de Pedras, entre as tropas dos revolucionários e do governo. O antigo solar da Baronesa é a maior residência em estilo barroco, ele foi construído pelo primeiro marido da Baronesa Maria Alexandrina de Almeida em 1845, no solar foram feitas inúmeras festas, entre elas, no dia da visita do Imperador D. Pedro II, em 1881, que era padrinho de batismo da Baronesa.

Solar Teixeira da Costa - Palco da Revolução Liberal

Assim, formou-se Santa Luzia, com a riqueza proporcionada pelo ouro e o estilo barroco presente nos casarios. O Santuário da Igreja Matriz de Santa Luzia, concluído em 1778, abrigam em seu interior pinturas do Mestre Ataíde e pequenas obras de Aleijadinho e o Museu de Artes Sacras, inaugurado recentemente. A Igreja do Rosário erguida em 1755 pelos negros, tem o seu interior simples, com altares dedicados à Nossa Senhora do Rosário, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Dores, hoje totalmente restaurada. Na Rua Direita, encontra-se a Capela do Bonfim, em estilo barroco, construída em 1711, em seu interior abriga a imagem de Nosso Senhor do Bonfim, esculpida por um escravo, em troca da sua alforria.

Há 12 km do Centro Histórico encontrara-se o Mosteiro de Macaúbas, construído em 1708, que foi o primeiro Colégio feminino de Minas Gerais, onde estudaram as filhas de Chica da Silva.
O Rio das Velhas teve grande importancia em Santa Luzia, pois foi visitada por uma aventureiro ingles, Richard Francis Burton em 1867 que vindo de Sabará de canoa, navegando o rio, hospedou-se num hotel que considerou muito precário, mais, barato para a época e teve sua atenção despertada pelo grande número de prostíbulos estabelecidos na vila apesar dela ser tida como sede de um santuário.
Infelismente, hoje, o Rio das Velhas sofre uma série de interferências. Boa parte do seu volume de água é captada por uma Estação de Tratamento. O rio recebe uma grande quantidade de esgoto através de afluentes como o Ribeirão Arrudas e o Ribeirão do Onça, que atravessam a cidade de Belo Horizonte. A degradação ambiental faz com que o Rio das Velhas se apresente em seu trecho mais conhecido como um rio de águas avermelhadas (em grande parte devido à presença de minério de ferro no solo da região), "barrenta”, extremamente poluída e assoreada. Praticamente não há vida nas águas do rio ao longo de muitos trechos.
Devido à importância histórica e ambiental, em 1997 foi iniciado um projeto, idealizado pela Escola de Medicina da UFMG. Com o objetivo de trazer de volta a vida à bacia do Rio das Velhas, o projeto iniciou uma série de ações para sensibilizar a opinião pública, que trariam resultados através do estabelecimento de políticas públicas municipais e estaduais, com controles mais rigorosos para os emissores de poluição instalados ao longo da bacia. O projeto tinha meta ambiciosa de revitalizar o Rio das Velhas no ano de 2010, mais, o que vimos lá, parece que naõ saiu do papel, uma pena.

24 de fevereiro de 2011

Ora-pro-nobis - Parte III


Ora-pro-nobis (Peréskia aculeata Mill)

Andanças nas Minas Gerais - Sabará
Quando aluno do Colégio Técnico da UFRRJ, em aulas de Base da Produção, o Professor nos chamada a atenção sobre várias forrageiras plantadas no Campo Agrostológico, afirmando que todas tinham importância econômica na alimentação animal, que mereciam aprofundamento nos estudos e muito reforçaria o nosso aprendizado com a pesquisa e conhecimento das espécies, até mesmo, as que não tivessem ali inseridas. Foi o que fizemos, mesmo depois de formado, e nenhuma delas, nos chamou tanta atenção como a Pereskia aculeata, devido ás “historias” popular e estudos científicos poucos publicados, principalmente, por ser citada como “muito ótimo” na alimentação animal.
Quando nos deparamos com essa simples “moita de mato” espinhenta que só presta para formar cerca viva de proteção e na complementação na formação de jardins, essa era a nossa visão para a Ora-pro-nobis e para quem não conhece ou pesquisa cactáceas. Em nossas pesquisas, descobrimos lendas e “causos” dos mais variados, desde a colonização. Das mais populares, sobre a colheita e consumo, é que na verdade, os padres impediam os fiéis (pobres) de colher e consumir a planta, em vez de compartilhar o consumo. Então, às escondidas, os mais pobres que não tinham o que comer e que sabiam que os sacerdotes utilizavam a planta na alimentação, ai esperavam a hora das orações para poderem fazer a colheita da planta que nem o nome eles sabiam e que a “apelidaram” de ora-pro-nobis, pois, era o que ouviam, uma ladainha que vinha do interior de uma capela em Sabará enquanto colhiam a planta espinhenta. Outros, dizem que os padres compartilhavam, mais consumiam somente as flores e os autorizados na colheita, comiam as folhas.
Revelando-se economicamente viável no cultivo, a Ora-pro-nobis tem sido incentivado em vários pontos do Brasil, foi o que descobrimos sobre o arbusto de alto porte, que pode atingir mais de 4,0m de altura, de tronco lenhoso com espinhos grandes e verdes, folhas brilhantes, ovais e coriáceas. As flores são em cor rosada, muito vistosa, surgindo nas pontas dos ramos e que floresce do fim da primavera até o outono. Trepadeira arbustiva e única do gênero pertencente às cactáceas que tem folhas comuns como as outras plantas e não tem cladódios.
Buscando livros, periódicos, reportagens ou até mesmo, histórias contadas pelos moradores de Sabará, encontramos dificuldades, pois, nada vai além do que já estão divulgados. Dos estudos científicos, encontram-se vários, dentre eles, “Estudo anatômico de folha e caule de Pereskia aculeata (M.R. Duarte, e de S.S. Hayashi,) - Laboratório de Farmacognosia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Paraná”; e uma descrição sobre o “Cultivo e Propriedades Medicinais da Ora-pro-nobis”, do Professor José Cambraia, da Universidade Federal de Viçosa. Em 2005, houve uma “Apresentação” editada pelo Eng. Agrônomo Antônio Alfredo Schimidt e pela Dra. Ivone Tambelli Schmidt, da IAPAR - Londrina – PR.
Como pesquisador independente, o Apicultor e Escritor de livros técnicos de apicultura, Nikolaos Argyrios, nos parece ser o maior divulgador. Afirma que dentre as espécies de melissotróficas da flora nativa, segundo suas pesquisas, destaca a Ora-pro-nobis (Peréskia aculeata Mill), como planta de alto valor econômico e ecológico, por ser nectarífera, polinífera, por ser cactácea comestível e também por possuir elevado percentual de proteína digestível, pelo organismo humano e de diversas espécies de animais, conforme demostrado pelo professor José Cambraia, da Universidade de Viçosa, de MG.
Na verdade, não encontramos de forma concreta, escritos que revelam a utilização da Pereskia como principal ou na complementação da alimentação animal ou que seja inserida como alimento de humanos em Unidade Didática de Pesquisa, Produção e Comercialização em instituições de ensino técnico.
Continuaremos os estudos, pois o que temos, é sobre o cultivo, trato do solo para o plantio e a utilização como ornamento e na culinária mineira, que falaremos no próximo post.



22 de fevereiro de 2011

Andanças nas Minas Gerais - Artes e Ofícios


Museu de Artes e Ofícios - Praça da Estação - BH

Enquanto faziamos as nossas andanças buscando informações sobre o Ora-pro-nobis, chegamos ao Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte, inaugurado em dezembro de 2005, como o primeiro empreendimento museológico brasileiro dedicado integralmente ao tema do trabalho, das artes e ofícios no país. Um belissimo prédio localizado numa antiga estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, na Praça Rui Barbosa, mais conhecida como Praça da Estação. O MAO é um bem estruturado espaço em termos de organização, estrutura para as exposições e uso de recursos audiovisuais, próprio para visitações culturais ou com objetivo de pesquisas estudantis, pois, tem um patrimônio público de uma coleção de mais de 2.400 peças, dos séculos XVIII ao XX. A coleção mostra a riqueza da produção popular na era pré-industrial: os fazeres, artes e ofícios que deram origem às profissões contemporâneas. Ao percorrer entre as peças expostas, encontra-se um suporte de recursos museográficos e de ações educativas, o visitante ver um amplo painel da história e das relações sociais do trabalho no Brasil nos últimos três séculos.
Lá voce tem um encontro com a história. É emocionante estar tão perto de todos os “apetrechos” dos Tropeiros, Canoeiros, Sapateiro, Ferreiro e vários equipamentos agrícolas que foram importantes para o homem do campo.
O MAO está instalado na Estação Central, centro da capital mineira, por onde transitam milhares de pessoas diariamente. É assim, um espaço coerente, bem próximo ao trabalhador. Para abrigar o Museu foram restaurados dois prédios antigos de rara beleza arquitetônica, tombados pelo patrimônio público.





18 de fevereiro de 2011

Ora-pro-nobis - Parte II


Pereskia aculeata Mill

Andanças nas Minas Gerais - Sabará
Vejam as fotos no final do texto:

Logo que comecei a pesquisar a Ora-pro-nobis, já descobri que não tem praga que detenha essa planta, o mais interessante, era saber que é de cultivo fácil e de baixo custo, mais interessante ainda, era saber que seu cultivo atende agricultores de poucos recursos financeiros para alimentar suas famílias e seus animais. Carinhosamente chamado pelos mineiros de Lobrobo ou Orabrobo, a designação do Gênero desta Cactácea é uma homenagem ao astrônomo e botânico francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc (1580-1637). Aculeata vem do latim e significa espinho ou agulha. . Também é conhecida por rosa-madeira, jumbeba, groselha de barbados, groselha das Américas e guaiapá (nome indígena que significa fruta que tem espinhos) e trepadeira limão. Em alguns países, tem outros nomes: Em Cuba é Ramo de noiva; na Venezuela é Guamacho; no Mexico é Bugambilia branca.
Aqui no Brasil o mais popular é Ora-pro-nobis, nome que foi dado por pessoas que faziam a colheita de uma desconhecida planta no quintal de um padre, enquanto ele balbuciava uma ladainha em latim o seu “ora-pro-nobis”.
Curiosidades a parte, pois muitas histórias são contadas na Cidade de Sabará, a 25 km de Belo Horizonte. No distrito de Pompéu, o ora-pro-nobis ganha espaço na culinária mineira e garante renda para produtores de hortaliças da região, pois foi lá, saboreando um bom “prato cheio” de angú com frango caipira, coberto de certo molho verde, que busquei as maiores informações sobre a Ora-pro-nobis. Um dos locais mais conhecido que visitei é o Alambique JP, que difundi a sua produção de cachaça e tem um restaurante de comidas típicas e mantem ainda, toda a produção hortícola (orgânica) direcionado ao consumo interno do restaurante. Leva-se tanto a sério, que a ora-pro-nobis começa a ser cultivado para fins comerciais e com boa dose de lucratividade, e deixou de ser mera planta de cerca viva, e agora tem o seu próprio festival gastronômico.

Outro local conhecido e o restaurante Moinho D’água, também em Pompeu, que tem como prato principal “marreco com ora-pro-nobis”, receita que ganhou o primeiro concurso gastronômico promovido em Sabará.
Conhecida como a “carne dos pobres, a Ora-pro-nobis, tem o apicultor Nikolaos Argyrios Mitsiotis, como o maior pesquisador e acredita que essa cactacea, “de alto valor econômico e ecológico” (melissografia é a principal), vai ser rapidamente difundida por todo o Brasil e países da América do Sul. Isso porque nasce bem em todas as regiões e é extremamente nutritivo.

De acordo com informes técnicos da Universidade Federal de Viçosa, através do Prof. José Cambraia, a ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Mill), “é uma planta cujas folhas podem ser utilizadas não somente na alimentação humana, como também animal, ,pois, além de não possuir nenhum princípio tóxico, é extremamente rico em proteína”.
Essa pesquisa, falaremos no próximo post.
Horta orgânica do Alambique JP


Frutos do Ora-pro-nobis

Toda a adubação do Alambique JP é organica

Sistema de irrigação - Alambique JP

Ora-pro-nobis com frango caipira

Fogão a lenha do JP







16 de fevereiro de 2011

Ora-pro-nobis - Parte I

Loja especializada em pimentas - Mercado Central de BH

Andanças nas Minas Gerais - Mercado Central de BH

Foi nossa intenção, mesmo em férias (dezembro de 2010), aproveitar as nossas andanças em Minas Gerais, para buscar nos municípios visitados, assuntos interessantes que pudessem ser postados em nosso blog. Na verdade, o propósito de nossa ida a Minas Gerais era para visitar meus netos. Além da estada na casa de minha filha, tracei um roteiro para melhor aproveitar o que tinha de cultural em BH e nos municípios vizinhos.
Então, em Belo Horizonte, visitamos Bibliotecas, o Museu de Arte da Pampulha, Museu de Artes e Ofícios (Praça da Estação), Museu da UFMG, e muitos outros centros culturais, com ou sem visitas monitoradas, afinal, BH comemorava 113 anos e a prefeitura estava oferecendo uma agenda cultural extensa, com diversas mostras e que valia apena curtir. Mais, o nosso foco, era buscar informações que pudesse trazer para nossos leitores, o Mercado Central (antigo Mercado Municipal), era sem dúvidas o melhor local, diante de sua história.


O mercado foi criado em setembro de 1929, quando o prefeito Cristiano Machado reuniu feirantes num terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, centralizando todo o abastecimento da cidade. As barracas de madeira se enfileiravam em 14.000m2 do terreno descoberto, circundado pelas carroças que transportavam os produtos, quando o então prefeito Jorge Carone resolveu vender o terreno, alegando impossibilidade de administrar a feira. Depois de vários conflitos administrativos e desde 1964, aquele belíssimo espaço comercial, vem ganhado notoriedade cultural, pois, lá se encontra de tudo, produtos da agropecuária e da agricultura familiar, artesanatos, artigos religiosos, venda de animais e a boa comida mineira. Andando entre os 99 corredores e visitando uma das quase 500 lojas, procurando variedades de pimenta, foi que ouvi falar a expressão “Ora-pro-nobis com angú”. Procurei saber com detalhes o porque daquela expressão, e descobri que a Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata, Mill) era uma cactácea folhosa, considerada, para os mineiros, a “carne dos pobres” e que existia na cidade de Sabará, um evento gastronômico com a tal Ora-pro-nobis. Fui lá descobri e pesquisei a Pereskia, que falaremos no próximo post.

Veja a história do Mercado Central de BH:
 http://www.mercadocentral.com.br/index.php?page=mercado

12 de fevereiro de 2011

Andanças nas Minais Gerais


Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

Por ocasião dos acontecimentos na tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, deixamos de abordar assuntos relacionados à agropecuária e agroecologia, que é o perfil de nosso blog e por ser de interesse estudantil. Não postamos, conforme prometido, assuntos relacionados às atividades rurais de Minas Gerais, em nossas visitas em 2010, aos municípios de Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia e Taquaraçu de Minas. Em nossas andanças, busquei assuntos que pudesse ser de interesse aos leitores e seguidores que nos acessam. Relataremos essas visitas e ilustraremos com fotos. As matérias extensas serão divididas em post’s reduzidos, para que as leituras não fiquem cansativas e desinteressantes. As matérias serão: A cultura do Ora-pro-nobis, Qualidade do leite e derivados em pequenas propriedades, Plantas medicinais e a falta de assistência técnica por parte dos pequenos municípios.

Canteiros de plantas medicinal - UFMG

Estufa: estudos de espécies da Mata Atlantica

Centro de atendimento ao turista -  Sabará

Acompanhado de minha filha - Saboreando um bom prato  de Ora-pro-nobis com galinha caipira
Restaurante do Alambique JP - Sabará

No lombo de burro - Visitas em propriedades em Taquaraçu de Minas

Já publicamos (06/01/2011) “Presépio do Pipiripau”, que é um espaço de interesse cultural do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, que despertou nossa atenção, e na biblioteca, fizemos leituras em obras que pudesse melhor ilustrar as nossas pesquisas. Então, faremos as nossas postagens, e a primeira será: “A cultura do Ora-pro-nobis”.

8 de fevereiro de 2011

Cemitério dos Passarinhos (resposta aos leitores)

Resposta aos leitores do Blog, que nos enviaram críticas sobre o Cemitério dos Pássaros na Ilha de Paquetá.

Logicamente, e se perceber, que não se trata de incentivo ao aprisionamento de animais silvestres (pássaros). A idealização do cemitério dos pássaros foi em 1915 por Pedro Paulo Bruno, artista e amante da natureza, sobretudo, tinha grande respeito ao meio ambiente. O espaço para o sepultamento dos pássaros, desperta curiosidade e não é uma questão cultural no Estado do Rio de Janeiro. É fato que ainda existem pessoas que descumpre as leis de crimes ambientais, aprisionando e comercializando animais silvestres. Sabemos que a Lei de Crimes Ambientais considera crime contra a fauna a manutenção de animais silvestres em cativeiro sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, no caso específico de fauna silvestre,
Não iremos aqui, repudiar aos que ainda criam pássaros “engaiolados” ou outro tipo de cativeiro, não nos compete fiscalizar tal atividade ou denunciar, a autoridade competente é o IBAMA.
Apenas fizemos a postagem para mostrar um espaço público existente, que atrai e desperta curiosidade aos visitantes na Ilha de Paquetá.

Para que tem dúvidas sobre a legislação ou perguntas sobre Fauna, acesse:
http://www.ibama.gov.br/fauna/animais.htm

6 de fevereiro de 2011

Cemitério dos Passarinhos (idealizador Pedro Paulo Bruno) Ilha de Paquetá


 
Cemitério de passarinhos - Ilha de Paqueta

Vejam as demais fotos no final do texto:

A “marcha fúnebre” são os próprios pássaros que sobrevoam os arbustos no local, que cuidam da trilha sonora. Os passarinhos gozam desse prestígio, onde são tratados com tal carinho e afeto que mereceram até um cemitério próprio. O cemitério exclusivamente de passarinhos, localizado na Ilha de Paquetá (Baía de Guanabara) no Rio de Janeiro, é o único no mundo, onde são respeitosamente sepultados os pássaros. O Cemitério de passarinhos, ao contrário do que muitas fontes descrevem, afirmando que ninguém sabe exatamente quando ele surgiu, foi idealizado em 1915 por seu fundador Pedro Paulo Bruno, um nascido e ilustre morador da Ilha de Paquetá.
Pedro Bruno nasceu na Ilha de Paquetá em 14 de outubro de 1888, e desde menino, seu brilhante espírito manifestou interesse pelas artes. Gostava de poesia, música e canto lírico, desenho e pintura, escultura, enfim, tudo que era expressão de belo do gênio humano e da natureza. Dotado de uma sensibilidade artística comparável a dos maiores artistas da história universal. Sobre os pássaros dizia:

- Na garganta de um pássaro que canta, há sempre o espírito imortal de um poeta.

- Pássaros de minha Ilha: ouço no teu canto a voz dos poetas do meu Brasil.

O artista Pedro Paulo Bruno
Dentre os seus projetos, iniciativas e belíssimas obras de Pedro Bruno, estão o planejamento artístico e paisagístico do Cemitério de Paquetá (de humanos), transformando-o num verdadeiro jardim. Ali plantou uma série de espécimes de plantas nativas e esculpiu diversas esculturas. A Capela do Cemitério também é de sua autoria. Ali deixou dois quadros seus: Jesus Cristo no Calvário e São Francisco de Assis falando aos Pássaros. Anexo, no mesmo espaço, está o cemitério de passarinhos e aves em geral, com 24 minúsculos túmulos, que têm 40x30cm por fora e mede 20x10cm por dentro.
Um belíssimo recanto ajardinado e ornamentado de esculturas, destacando-se a que retrata a tristeza de um pombo, ao lado de sua companheira morta. Um espaço que desperta atenção e curiosidade, o cemitério de passarinhos de Paquetá é assim, com imagens barrocas de anjos que dão lugar a esculturas de pássaros como as peças "O pássaro abatido" e "O pouso do pássaro cansado".
O Cemitério dos Pássaros na Ilha de Paquetá, fica na Rua Joaquim Manoel de Macedo, assim batizada em homenagem ao autor de ‘A Moreninha’, romance pioneiro do Romantismo brasileiro no século XIX,  é um espaço público, não é um local abandonado como afirmam algumas fontes. Ao longo dos anos é mantido e conservado por moradores voluntários, como Dona Maria Félix de Souza e outros, que nunca cobraram nada para sepultar os passarinhos e nem para cuidar dos seus pequeninos túmulos e atualmente, é administrado pela Concessionária Santa Casa da Misericórdia do Rio e Janeiro.
Como os pequenos corpos dos pássaros se desintegram mais rapidamente do que os dos homens, é que provoca a alta rotatividade nos sepultamentos, o que permite “Cobrinha”, o atual funcionário, colecionar histórias do local. “Ouvi dizer que teve uma senhora que trouxe um papagaio que vivia com ela uns 25 anos. Depois vinha para visitar e trazia flores, como se fosse um parente”; “Teve outro que trouxe um passarinho e ficou o dia todo chorando”.
E para maior autenticidade, a vizinhança dos dois “Cemitérios” de Paquetá faz com que se deitem, lado a lado, os homens e os pássaros. Com inúmeros bebedouros de barro, donde os passarinhos vem em busca de água fresca para a sede e para o banho e, assim, trazem a consequência natural dos seus gorjeios, a paz de seus “moradores”, como era da vontade de seu idealizador e fundador Pedro Paulo Bruno, que desapareceu fisicamente no dia 2 de fevereiro de 1949.

O Cemitério desperta curiosidade de crianças e adultos









3 de fevereiro de 2011

Região Serrana – Perdas nos municípios, qual a verdade?


Defesa Civil em baixo e desordem populacional em cima

Nota: Vejam após o texto, as demais fotos

A tragédia da Região Serrana do Rio de Janeiro, provocado pelas chuvas é um fato que não é possível dimensionar as consequências futuras. O que era anunciado, não eram hipóteses e nem especulações. Vários estudos científicos foram feitos, confirmados e divulgados. Governos anteriores (atuais também), tanto estaduais, quanto municipais, além de ignorar, eram sabedores do que se poderia acontecer. Os interesses políticos ficaram acima das consciências.
As conclusões desses estudos apontavam que condições climáticas adversas, o desordenamento das populações, a falta de respeito ao meio ambiente e planejamentos com obscurantismos técnicos, fatalmente causariam o desastre, mais cedo ou mais tarde. Ao grosso modo, podemos dizer que “a hora” para acontecer à tragédia era apenas a vontade de Deus.
Por causa da topografia montanhosa, os municípios atingidos nunca se recuperaram. E não é preciso ser especialista para ter essa certeza. A imoralidade e inconsciência politica serão as mesmas, mais o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e das manifestações intelectuais, são transmitidos coletivamente e é típico de uma sociedade, isso não podemos ignorar e jamais serão afetados. Para aqueles que perderam suas vidas, nada mais significará, mais para os que tiveram prejuízos materiais, o sofrimento será longo, principalmente para aqueles que perderam, além de seus únicos bens (e não a dignidade), a confiança naqueles que os representam.
Quando tivemos na região como voluntário da Cruz Vermelha, o nosso afã, era apenas no intuito de contribuir de alguma forma, momentaneamente não enxergávamos dimensões técnicas, não era o momento e nem nossa atribuição, nem tão pouco, tínhamos formação para contestar a forma como a tragédia era tratada. Naquele momento, achávamos que todos estavam num só propósito, ajudar. Sem comportamento voluntarioso, não foi o que vimos. Figuras apareciam a todo o instante, se representando ou sendo representados em funções de lideranças que não lhes diziam respeito, quando da presença das lentes fotográficas e “televisivas” , ai é que tivemos a certeza de quanto o ser humano é capaz. Essas figuras representadas queriam ganhar créditos ou reconhecimentos de atitudes humanitárias que jamais tiveram, pois ignoraram os estudos científicos que anunciava a tragédia, na verdade, deveriam estar tentando dimensionar a valorização de suas consciências e não continuar mentindo para os sobreviventes os reais motivos da catástrofe, os valores em dinheiro perdidos e os que serão gastos na tentativa de recuperação. Mentem nos números de mortos e desaparecidos. Será que não sabem avaliar os números estatísticos anteriores? Basta ir aos municípios atingidos para saber que as perdas são maiores do que estão anunciando.
Tratando-se de populações, é que se tem a dimensão do que se esconde. O que nos fez ter atenção em números populacionais em áreas rurais, por exemplo, foi uma conversa com um agricultor sobrevivente no Município de Sumidouro (Distrito de Dona Mariana), na primeira semana da tragédia, dizia ele: -“Moço, a coisa aqui é bem pior para nós que só trabalha na terra, o patrão é coronel e ainda não apareceu por aqui. Nós vamos cobrar de quem os nossos prejuízos, tudo que plantamos tem que dividir e não somos dono das terras. Acho que ninguém sabe que existimos nesse lugar, só na hora do voto, quando chove é assim mesmo, só que a coisa agora foi pior”.
Comparando nesse único relato, então quais são os reais números? O IBGE passou recentemente nesses municípios e apresentou dados que nos deixam em dúvidas. Todos responderam ao censo/2010? Vamos comparar para saber se os números estão corretos com a realidade, para ver se é possível avaliar os prejuízos e quem deverá ter direitos das ações do governo.
Em 2004, o 1º Seminário de Gestão Participativa em Saúde da Região Serrana do Rio de Janeiro, apresentava os seguintes números da população: Nova Friburgo 176.699, Teresópolis 146.994, Petrópolis 302.477, Sumidouros 14.721 e São José do Vale do Rio Preto 21.231.

Municipios:

                             Pt/2000     Urbana     Z.Rural         Pt/2010    Urbana      Rural      Z.Rural
Nova Friburgo:    173.418      151.851    21.567       182.016    159.335   22.681   12.46%
Teresópolis:         138.081      115.198    22.883       163.805    145.473   18.332    11.19%
Petrópolis:           286.537      270.671    15.866       296.044    281.356   14.688      4.96%
Sumidouro:            14.176          2.334    11.842        14.920         5.458     9.462    63.42%
S. J.V.Rio Preto:   19.278          9.000    10.271         20.252         9.005   11.247    55.54%


Os municípios de Sumidouro e Petrópolis foi o que mais nos chamou atenção em comparações aos censos 2000/2010.
Na totalidade, Sumidouro aumentou apenas em 744 pessoas, entre 2010/2000. A área urbana aumentou de 2.334 para 5.454. A zona rural diminuiu, tinha 11.842 e passou para 9.462, perdendo 2.380 pessoas. Em 2004 a população era 14.721. A zona rural apresenta 63.42% da população. Estima-se quase 20 mil pessoas residindo naquele município, então, onde estão essas pessoas, foram recenseadas?
Petrópolis, em levantamento feito em 2004, tinha 302.477 e pelo Censo/2010 é de 296.044, perdendo 106.433 pessoas. Entre os Censos do IBGE 2000/2010 diminuiu apenas 9.513. A zona rural, que representa apenas 4.96%, também diminuiu em 1.178 pessoas. Estima-se que residem em Petrópolis quase 350 mil pessoas. É só ir lá e tirar as dúvidas, o número de casas nos morros e encostas é impressionante.
Com essa simples análise é que perguntamos, como as ações sociais chegarão para todos, se a desordem é total? Os números estão ai. A tragédia da Região Serrana é muito pior do que se imagina e veremos daqui algum tempo, alguém reclamando do desamparo porque foram esquecidos, apenas por suas pobrezas.

Ricos e pobres, todos foram afetados:

Os ricos

os pobres







 




30 de janeiro de 2011

Região Serrana – Tragédia anunciada, o histórico de mortes por chuvas.

Para especialistas, a maior catástrofe da história do Brasil, era uma tragédia anunciada. A região serrana do Rio de Janeiro é castigada anualmente por deslizamentos de encostas e transbordamento de rios, e desde 2005, estudos apontavam que 33 mil pessoas viviam em áreas de risco. A conclusão é que condições climáticas adversas, o crescimento desordenado e falta de políticas habitacionais causariam o desastre.
Segundo estudo de Waleska Marcy Rosa, professora de Direito Constitucional do Centro Universitário Serra dos Órgãos, pelo menos 25% dos imóveis (cerca de 10 mil) de Teresópolis eram irregulares. Em Petrópolis, seriam no mínimo mil. Segundo a professora Waleska, há a falta de planejamento e legislação para o uso do solo. Em Teresópolis, a base legal é fraca, a omissão do poder público se repete ao longo de décadas. Ao invés de reprimida, a ocupação é estimulada com a instalação de serviços, como abastecimento de energia, água e asfalto, isso, nas áreas urbanas.

A região serrana tem triste histórico. Em 1987 deslizamentos em Petrópolis e Teresópolis mataram 282. Um ano após, Petrópolis teve sua pior enchente, com 277 mortos e 2 mil desabrigados. Em 2000, Friburgo, Petrópolis e Teresópolis foram devastados pela chuva, resultando em 5 óbitos. No ano seguinte, Petrópolis voltou a sofrer, registrando 48 mortes e 793 desabrigados. Em 2003, foram 33 mortos. Em 2007, 10 morreram em Friburgo, 8 em Sumidouro, 3 em Petrópolis e 2 em Teresópolis. Petrópolis registrou 9 mortes em 2008. Outro impacto negativo do crescimento desordenado na região é a falta de saneamento básico. Em Teresópolis, apenas 7,7% das moradias tinham rede de esgoto segundo o Censo de 2000, enquanto 37,15% dos dejetos produzidos na cidade eram diretamente lançados em rios e lagos. Na mesma época, Petrópolis lançava 15,2% dos seus dejetos em rios.

Nas zonas rurais, estimam-se que cerca de 200 mil pessoas “trabalhavam” em pequenas propriedades na Região Serrana (proprietários, posseiros, meeiros e trabalhadores com ou sem registro), principalmente, os envolvidos na agricultura familiar. Em algumas áreas, a chuva arrastou até a camada fértil do solo.

Área rural antes...

...e depois das chuvas.

O rastro de destruição é inacreditável na Região Serrana do Rio de Janeiro, principalmente nas áreas rurais. Não precisa ser especialista para saber que o prejuízo econômico é incalculável. Plantações inteiras de hortaliças e legumes foram arrasadas. Em algumas propriedades, a água arrastou, além de plantações, a camada fértil do solo e o subsolo, deixando as rochas expostas. Nesse caso, é perda total. Será impossível voltar a plantar e produzir nas áreas atingidas. Em outras, a lavoura ficou razoavelmente preservada, mas os agricultores correm o risco de perder tudo porque a situação das estradas impede o escoamento dos produtos, ou o desmatamento no “pé” de morros corre risco de novos deslizamentos.

No detalhe, área de plantio após desmatamento.

A região serrana é responsável por metade de toda a produção de olerícolas, e 70% de todas as hortaliças folhosas. A floricultura que movimenta a economia de Nova Friburgo e arredores responde por quase 90% da produção fluminense. O impacto social da destruição é enorme, devido ao perfil dos agricultores, a esmagadora maioria formada por pequenos proprietários. São 17 mil produtores (registrados), e cada um trabalha com pelo menos mais dez pessoas, entre familiares e empregados.

Será preciso uma politica séria para as próximas ações, principalmente, para a agricultura, pois, os dados divulgados não são precisos, levando-se em conta que muitos agricultores, são meeiros, não tinham títulos de suas terras, não estava associado a nenhuma entidade ligada à atividade agrícola ou pecuária, nem sequer, receberam visita ou foram entrevistados por recenseadores do IBGE em 2010. A pergunta é: Como serão ajudados pelas ações do governo? Sobre esses dados, falaremos no próximo post.

26 de janeiro de 2011

Tragédia na região serrana - Consumo de animais

Animais circulam em áreas rurais devastadas

Um risco iminente é o abate de alguns animais de produção para consumo. A falta e distribuição de alimentos em áreas isoladas ainda são precárias ou a ajuda não chegou. Fatalmente animais de pequeno e médio porte serão utilizados, tendo em vista que muitos desses animais servem para a subsistência das famílias como fonte de alimentação (galinhas, patos, suínos e coelhos). Vimos e fizemos imagens de inúmeros animais em áreas atingidas apenas pelas águas. Em alguns sítios, o comprometimento da sanidade é aparente. Doentes, os animais se comportam de forma prostrada ou pastejam em áreas contaminas.
Sabemos que as prioridades são para vidas humanas, mais é necessário que especialistas ou técnicos, orientem as equipes de resgate e atentem para esse perigo. Como voluntário e formação técnica em agropecuária, fiz o meu papel, mais para os que continuam na região devem insisti nessa orientação.