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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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15 de agosto de 2011

Novas andanças: Tração animal – Ilha de Paquetá (Parte I)


Chegada de capim em Paquetá vindo do município de São Gonçalo

Quando decidimos escrever a série Nova andanças: Tração animal, a priori, era falar especificamente sobre a alimentação dos animais. Mais, diante do que vimos, às questões socioeconômicas e culturais dos trabalhadores com veículos de tração animal, acabou por provocar outros comentários, no qual tivemos que dividir e intensificar, inclusive, por áreas regionais, no que facilitou a entender perfis distintos de atuação dessa atividade. Na verdade, não era nossa intenção, entrar em questões que pudessem polemizar, pois, muitos dessas questões seriam de ordens cientifica e públicas e, que em nossas palavras, poderiam deixar entender em algumas questões o sentido de denúncia, diante do estado físico dos animais. Muitos foram às irregularidades que assistimos, principalmente, a falta de bem estar dos animais. Deixamos de entrar aqui, em alguns méritos, pois teríamos que ser especialistas para fazer certos comentários. Tentamos simplificar esses comentários, tão somente no limite de nossa formação técnica, no qual tivemos em alguns momentos, estudar e fazer citações de autores, para melhor explicar as nossas “visões” e opiniões.
Quando falamos sobre ações sociais necessárias, para atender os atores da atividade de carroceiros e charreteiros, também mostrávamos preocupação com os animais, pois essas ações devem ser simultâneas e para ser justo na verdade, urgentes para os animais, diante do martírio diário e a sobrevida desses bravos equídeos “trabalhadores”.
Em nossas andanças, não assistimos preocupação com a boa alimentação dos animais. O incorreto manejo alimentar, sem dúvidas, foi o mais preocupante, pois essa incorreção provoca a redução e o desenvolvimento e a manutenção do sistema musculoesquelético saudável dos animais, em qualquer fase de vida ou atividade e predispõe o surgimento de patologias, isto é fato e cientifico.
Segundo Meyer (1995), os equinos em atividades de tração, como esses que exercem grande trabalho muscular, necessitam de alterações na formulação de dieta. Lewis (2000), afirma que é importante observar a dieta desses animais para que alcancem as exigências energéticas necessárias.

Assistimos equídeos se estafando em longas jornadas de trabalho, sem preocupação sequer com pausas para alimenta-se e o merecido descanso. Hontang (1983), diz que alguns cavalos de tração comem depressa e assimilam mal o alimento. A falta de apetite, a queda do estado físico geral, a estafa e fadiga dos membros são indícios de trabalho exagerado e alimentação inadequada.

Deixamos por derradeiro, falar sobre os equídeos da Ilha de Paquetá, pois a Cidade do Rio de Janeiro tem lei especifica (Lei nº 3.350 de 28/12/2001) para disciplinar a circulação no âmbito do município os veículos de tração animal. A Ilha de Paquetá tem essa atividade para fins turísticos e as irregularidades de manejo são puramente por falta de fiscalização. Nossa “curiosidade” foi apenas com a alimentação dos animais, diante da pequena extensão da ilha, e queríamos saber da existência, de alguma forma, área de descanso e pastejo dos animais.





6 de agosto de 2011

Novas andanças: Tração animal – Carroceiros de Nova Iguaçu (Final)



Devemos antes de iniciar este post, desculpar-nos pelo longo período sem concluir a matéria sobre os carroceiros de Nova Iguaçu.

Depois de nossas andanças, além de difícil, foi preciso fazer uma análise do que assistimos e do que apuramos, tentando reduzir e selecionar coisas que poderíamos dizer aqui. Digo “coisas”, não no sentido de denegrir ou qualificar a atividade de carroceiro daquele município, como troço ou objeto qualquer. Se fossemos adjetivar sem usar a consciência social e mostrar preocupação somente com os animais, o que vimos e para encerrar essa série, seria simples e com poucas palavras: deprimente, monstruoso e injustificável. Logicamente estes adjetivos seriam direcionados aos comportamentos dos maus utilizadores dos animais, pois eles, de alguma forma são racionais.
Como falamos anteriormente aqui, procurar intender o crescimento e a desordem na utilização de animais como força de tração no Município de Nova Iguaçu, é nos deparar com fatores preocupantes, dentre eles, a atividade como única fonte de sobrevivência. É visível a desordem e não podemos considerar como cultural e o município por não ordenar, perde essa importância econômica. É vergonhosa a desvalorização da identidade social, no que concerne a atividade de carroceiros de Nova Iguaçu.
Impossível numerar a quantidade do conjunto (animais e homens) nessa atividade dentro do município. Não há preocupação social, por parte do poder público; não há preocupação com o bem estar dos animais, nem tão pouco, limite geográfico, pois os animais fazem longas jornadas com pesadas cargas, ultrapassando por vezes, limites intermunicipais.
Abordar os carroceiros foi tarefa difícil, muitos foram arredios e não quiseram falar sobre o assunto. Alguns até agressivos e sabíamos as causas do comportamento. Desses, a maioria eram trabalhadores de lojas de materiais de construção. Dos que concordaram em falar, mostraram apenas preocupação com os seus “empregos”. Quanto a suas “ferramentas” de trabalho (os equídeos), alegaram ser problema dos patrões (donos dos animais).
Outros, além do despreparo educacional (90% entre eles), mostraram inconsciência e menosprezo com a covardia da sobrecarga de trabalho, promovendo sofrimento aos animais. Um “prato feito” para o radical ativismo contrário a utilização de animais de cargas, pois estes ativistas, não levam em conta sequer a falta de educação.
Qualquer trabalhador cuida de suas ferramentas a melhor produzir e mostrar o seu profissionalismo, preservando seu emprego. E quando essa “ferramenta” tem vida, devemos ter preocupação e preservar o seu bem estar. Portanto, não aceitamos argumentos de que “é proprema do patrão”.

Mesmo sabendo das deficiências nas ações sociais, não podemos ignoramos a nossa formação técnica e devemos descortinar a desoladora e cruel rotina dos animais. Não são aceitáveis os argumentos dos proprietários ou dos condutores, de que os equídeos são trabalhadores como outro qualquer.

Não precisa ser especialista a entender que os animais de tração de Nova Iguaçu, sobretudo os utilizados e de propriedade de lojistas de materiais de construção, precisam urgentemente de ações de proteção. Generalizamos as más condutas, mais para minimizar, seria preciso que encontrássemos um grupo que mostrasse essa preocupação ou que tivesse tradição na atividade e que pudesse ser considerado como cultural, mais não encontramos.

Também não encontramos animais vívidos. Sempre esquálidos e com rotina invariavelmente permeada pelo padecimento, carregando materiais diversos (areia, pedra, cimento, tijolos, entulhos, etc.). Após o longo dia de trabalho, não é oferecido instalações justas e confortáveis para o descanso. Quanto à alimentação, sequer podemos dizer ser adequadamente nutritiva, para repor a energia gasta e esperar uma dura rotina de trabalho no dia seguinte.
A desculpa para o crescimento e utilização de carroças com tração animal para as entregas de materiais de construção, são os custos de manutenção de veículos automotores e os difíceis acessos às novas comunidades e loteamentos nos bairros. Não aceitamos tais desculpas, pois a maioria das lojas está localizada em áreas urbanas com ruas pavimentadas.
Não foi possível traçar perfil da atividade de Carroceiros de Nova Iguaçu, em nenhum aspecto. O que podemos dizer para concluir, é que são necessárias urgentemente, ações preventivas mediante a celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta por parte do poder público do município. Antes, porém, devem ser vistos e revistos normas da existência de proteção de animais em serviços de tração em Nova Iguaçu, porque não se pode acabar com a labuta desses animais, sem resolver o problema da exclusão social que aflige pessoas que recorrem aos veículos de tração animal, como meio de transporte ou trabalho.

Ações preventivas viriam contribuir, para minimizar ou promover, opções viáveis para mudar aquele triste estado de coisas, inclusive, nessas ações, possibilitaria capacitação profissional dos carroceiros, incluindo-os em programas assistenciais e garantir escolaridade para seus filhos, futurando desenvolvimento da consciência ambiental.

Nota: Resolvemos não colocar aqui fotos dos animais que trabalham em lojas de materiais de construção.