Feijão Guandu
Nossa produção. Variedades: Vermelho, Preto e Branco
Trazido da Índia ao Brasil e Guianas pelos “mercadores” de escravos, o Cajanus cajan (L.) Miisp, 1900 (Família: Fabaceae, Subfamília: Faboideae, Tribo: Phaseoleae e Subtribo: Cajaninae) é considerado uma das mais importantes das leguminosas, produzindo colheitas elevadas de sementes, ricas em proteína mesmo em solos de baixa fertilidade e adaptado-se a altas temperaturas e a condições de seca. Distribuído e semi-naturalizado em região tropical, assumiu grande importância como fonte de alimento humano, forragem e também como cultura para adubação verde.
Dependendo da variedade, o guandu pode ser uma planta anual ou perene de vida curta, apresenta nódulos que contêm bactérias do gênero Rhizobium, que fixam simbioticamente nitrogênio atmosférico e que é cedido à planta para a formação de seus aminoácidos e proteínas.
Existem cerca de 5 mil variedades, mais com características diferentes dos grupos do Cajanus cajan var. bicolor DC, que apresenta características com porte alto, perene e tardio na produção de sementes, flores vermelhas ou com estrias púrpuras e vagens com quatro a cinco sementes e o Cajanus cajan var. flavus DC, com plantas de porte baixo, precoce de sementes, flores de cor amarela, vagens de cor verde (Morton et al, 1982).
Emboramente as recomendações para a cultura do guandu deve obedecer às recomendações técnicas e agronômicas, resolvemos fazer experimento em nosso sítio com o plantio de três variedades (preto, vermelho e branco) sem nenhuma adubação orgânica ou química, apenas com cobertura morta de algumas “invasoras” e de Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) e pouca irrigação. O nosso solo é de perfil arenoso, com boa drenagem e os resultados foram fantásticos após 13 meses (junho de 2009 a julho de 2010). Foram plantadas 30 covas, adotamos plantios mais densos, com 1,5 m entre linhas e doze sementes por metro linear, nossa intenção era fazer o melhoramento do solo, apenas com a cobertura das folhas, bem como entender, o comportamento e desenvolvimento da planta com o manejo adverso das recomendações de adubação.
Durante o desenvolvimento das plantas, não detectamos presença de pragas ou doenças, tanto nas folhas ou no sistema radicular, também não fizemos proteção (defensivo) com produtos (orgânico ou químico).
Quanto á produção das variedades plantadas, apenas o guandu preto se apresentou precocemente e com maior presença de folhagem, no entanto, com pouca floração e baixa produção. Das variedades vermelho e o branco, tiveram igual comportamento, com boa floração e produção de sementes, no entanto, com poucas folhas mortas caídas no solo.
Devemos esclarecer aqui, que nosso experimento apenas foi para entender o comportamento dessa leguminosa diante das recomendações e manejo técnico. Queríamos na verdade saber como essa Fabaceae se comportaria em solos diferentes e sem adubação, pois nossa intenção seria reforçar a indicação do Guandu, como opção na agricultura de pequenos produtores da agricultura familiar, diante das poucas condições financeiras, falta de acesso a informações e assistência técnica em pequenas propriedades, pois reforçaria a boa opção de adubação verde, alimentação familiar e forragens para os animais.
Nota:
1. As sementes foram presenteadas por assentados da comunidade 25 de março da cidade de Carapebus/RJ (Norte Fluminense), por ocasião de nossa visita técnica, designado pela UNACOOP em 2009 – O solo na região do assentamento apresenta perfil argiloso e baixo índice pluviométrico. A área era de usina e plantio de Cana-de-açúcar, onde por informações dos moradores, era usado como defensivo o “pó-de-broca” (Hexaclorociclohexano) – Foi feito analise de solo, mais não tivemos acesso dos resultados;2. Nosso experimento foi feito, em nosso sítio em Cabuçu/Nova Iguaçu (Baixada Fluminense) – O solo apresenta perfil arenoso, e é oriundo de plantio de laranja – Não foi feito analise de solo.
Foto 2: Carapebus/2009 - Foto 3: Nova Iguaçu/2010
A Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) lançou uma nova variedade de feijão guandu, denominada “BRS Mandarim”, dirigida principalmente a pecuaristas e a produtores de cana.
Informações técnicas sobre o Feijão Guandu, pode ser visto no: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/ct/ct13/02guandu.html