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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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6 de agosto de 2011

Novas andanças: Tração animal – Carroceiros de Nova Iguaçu (Final)



Devemos antes de iniciar este post, desculpar-nos pelo longo período sem concluir a matéria sobre os carroceiros de Nova Iguaçu.

Depois de nossas andanças, além de difícil, foi preciso fazer uma análise do que assistimos e do que apuramos, tentando reduzir e selecionar coisas que poderíamos dizer aqui. Digo “coisas”, não no sentido de denegrir ou qualificar a atividade de carroceiro daquele município, como troço ou objeto qualquer. Se fossemos adjetivar sem usar a consciência social e mostrar preocupação somente com os animais, o que vimos e para encerrar essa série, seria simples e com poucas palavras: deprimente, monstruoso e injustificável. Logicamente estes adjetivos seriam direcionados aos comportamentos dos maus utilizadores dos animais, pois eles, de alguma forma são racionais.
Como falamos anteriormente aqui, procurar intender o crescimento e a desordem na utilização de animais como força de tração no Município de Nova Iguaçu, é nos deparar com fatores preocupantes, dentre eles, a atividade como única fonte de sobrevivência. É visível a desordem e não podemos considerar como cultural e o município por não ordenar, perde essa importância econômica. É vergonhosa a desvalorização da identidade social, no que concerne a atividade de carroceiros de Nova Iguaçu.
Impossível numerar a quantidade do conjunto (animais e homens) nessa atividade dentro do município. Não há preocupação social, por parte do poder público; não há preocupação com o bem estar dos animais, nem tão pouco, limite geográfico, pois os animais fazem longas jornadas com pesadas cargas, ultrapassando por vezes, limites intermunicipais.
Abordar os carroceiros foi tarefa difícil, muitos foram arredios e não quiseram falar sobre o assunto. Alguns até agressivos e sabíamos as causas do comportamento. Desses, a maioria eram trabalhadores de lojas de materiais de construção. Dos que concordaram em falar, mostraram apenas preocupação com os seus “empregos”. Quanto a suas “ferramentas” de trabalho (os equídeos), alegaram ser problema dos patrões (donos dos animais).
Outros, além do despreparo educacional (90% entre eles), mostraram inconsciência e menosprezo com a covardia da sobrecarga de trabalho, promovendo sofrimento aos animais. Um “prato feito” para o radical ativismo contrário a utilização de animais de cargas, pois estes ativistas, não levam em conta sequer a falta de educação.
Qualquer trabalhador cuida de suas ferramentas a melhor produzir e mostrar o seu profissionalismo, preservando seu emprego. E quando essa “ferramenta” tem vida, devemos ter preocupação e preservar o seu bem estar. Portanto, não aceitamos argumentos de que “é proprema do patrão”.

Mesmo sabendo das deficiências nas ações sociais, não podemos ignoramos a nossa formação técnica e devemos descortinar a desoladora e cruel rotina dos animais. Não são aceitáveis os argumentos dos proprietários ou dos condutores, de que os equídeos são trabalhadores como outro qualquer.

Não precisa ser especialista a entender que os animais de tração de Nova Iguaçu, sobretudo os utilizados e de propriedade de lojistas de materiais de construção, precisam urgentemente de ações de proteção. Generalizamos as más condutas, mais para minimizar, seria preciso que encontrássemos um grupo que mostrasse essa preocupação ou que tivesse tradição na atividade e que pudesse ser considerado como cultural, mais não encontramos.

Também não encontramos animais vívidos. Sempre esquálidos e com rotina invariavelmente permeada pelo padecimento, carregando materiais diversos (areia, pedra, cimento, tijolos, entulhos, etc.). Após o longo dia de trabalho, não é oferecido instalações justas e confortáveis para o descanso. Quanto à alimentação, sequer podemos dizer ser adequadamente nutritiva, para repor a energia gasta e esperar uma dura rotina de trabalho no dia seguinte.
A desculpa para o crescimento e utilização de carroças com tração animal para as entregas de materiais de construção, são os custos de manutenção de veículos automotores e os difíceis acessos às novas comunidades e loteamentos nos bairros. Não aceitamos tais desculpas, pois a maioria das lojas está localizada em áreas urbanas com ruas pavimentadas.
Não foi possível traçar perfil da atividade de Carroceiros de Nova Iguaçu, em nenhum aspecto. O que podemos dizer para concluir, é que são necessárias urgentemente, ações preventivas mediante a celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta por parte do poder público do município. Antes, porém, devem ser vistos e revistos normas da existência de proteção de animais em serviços de tração em Nova Iguaçu, porque não se pode acabar com a labuta desses animais, sem resolver o problema da exclusão social que aflige pessoas que recorrem aos veículos de tração animal, como meio de transporte ou trabalho.

Ações preventivas viriam contribuir, para minimizar ou promover, opções viáveis para mudar aquele triste estado de coisas, inclusive, nessas ações, possibilitaria capacitação profissional dos carroceiros, incluindo-os em programas assistenciais e garantir escolaridade para seus filhos, futurando desenvolvimento da consciência ambiental.

Nota: Resolvemos não colocar aqui fotos dos animais que trabalham em lojas de materiais de construção.

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