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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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12 de março de 2011

Ora-pro-nobis - Parte IV


O que transcrevemos aqui, vem de leituras em matérias jornalísticas (revistas, jornais, Globo Rural, sites e blogs de assuntos culinários), entrevistas com moradores de Sabará e Santa Luzia, por ocasião de nossa visita nesses municípios. Dos informes técnicos, nos parece, que a única fonte conhecida de informação cientifica, são de autoria do Professor José Cambraia da Universidade Federal de Viçosa, onde ele descreve, sem muitos detalhes, a classificação taxonomica, dos princípios nutricionais da planta e o manejo de plantio.
Há alguns estudos, que apontam dados etnobotânicos, revelando que na Pereskia grandifolia e a Pereskia aculeata, denominadas popularmente de Ora-pro-nobis, as folhas são empregadas topicamente como emoliente na medicina popular, em razão do seu conteúdo mucilaginoso e adicionalmente, são consumidas na culinária regional brasileira, levando indústrias alimentícias a incluí-las em complementos alimentares, devido ao alto teor do Biopolímero Arabinogalactana (açúcares, aminoácidos e nucleotídeos). Esses dados estão conclusos na “Análise Morfo-anatômica de Folhas de Pereskia grandifolia Haw”, em 2004, estudos feitos por: Paulo V. Farago (UEPG, Ponta Grossa, PR); Inês J. M. Takeda (UNICENP, Curitiba, PR) e de Jane M. Budel e Márcia R. Duarte (UFPR, Departamento de Farmácia, Curitiba, PR).
Há também, estudo anatômico de folha e caule de Pereskia aculeata Mill, concluindo estudo anatômico de folha e caule, apresentando caracteres estruturais que contribuem na identificação da planta no uso medicinal e que podem ser aplicáveis ao seu controle de qualidade, e devem ser considerados em conjunto, levando-se em conta que alguns caracteres comuns a outros representantes do gênero e isoladamente não apresentam valor taxonômico para sua diferenciação, uma vez que espécies em grupos muito próximos apresentam caracteres estruturais e compostos químicos em comum. Esses estudos foram feitos M.R. Duarte e S.S. Hayashi do Laboratório de Farmacognosia, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Paraná.

Em nossas leituras, descobrimos que, além de não possuir nenhum princípio tóxico, a Ora-pro-nobis é extremamente rico em proteínas de boa qualidade. Das análises feitas em folhas mostram que este vegetal possui 25% de proteínas, sendo alta a sua digestibilidade, cerca de 85%. Apresenta uma composição bem balanceada, com certos aminoácidos essenciais, em teores excepcionalmente elevados, destacando-se a lisina, cujo teor no "ora-pro-nobis" foi superior ao de vários alimentos tomados para comparação em relação a outros alimentos, por gramas/Kg de peso seco: Ora-Pro-Nobis (11,5); Milho comum (2,3); Couve (0,5); Alface (0,5) e Espinafre (1,6).

Conhecida popularmente como “carne dos pobres”, o que se sabe, que das suas folhas sem sabor, pode ser adicionadas a qualquer comida: saladas, lanches, sucos, bolos, pizzas, sorvetes, a qualquer receita. Tendo mais ferro que a carne ou o feijão, mais cálcio e fósforo para os ossos que o leite, magnésio e vitamina C para a resistência imunológica, vitamina A para a visão, Triptofano para o cérebro, Lisina para o crescimento, mucilagem para funcionamento perfeito do intestino, ótima para regimes de emagrecimento e muitas outras vantagens.
Com sua característica espinhenta, é a planta campeã para cercas vivas. Quanto a sua serventia para alimentar animais e a que fêmeas em lactação produz leite de excelente qualidade, não encontramos estudos científicos, que confirmem esta afirmação.


No próximo e derradeiro post, descreveremos a forma de plantio, exigência de solo e adubação.

Glossário:

Etnobotânicos - é a ciência, ligada à Botânica e à antropologia, estuda as interações entre pessoas e plantas em sistemas dinâmicos. Também consiste no estudo das aplicações e dos usos tradicionais dos vegetais pelo homem. É uma ciência multidisciplinar que envolve botânicos, antropólogos, farmacólogos, médicos, engenheiros;

Biopolímero - são polímeros produzidos por seres vivos. Celulose, amido, quitina, proteínas, péptidos, ADN e ARN são exemplos de biopolímeros, nos quais as unidades monoméricas são, respectivamente, açúcares, aminoácidos e nucleotídeos;

Arabinogalactana - é uma espécie de proteína, glicoproteína, rica em hidroxiprolina e altamente glicosilada. Estão presentes em todas as plantas, particularmente abundantes nas paredes celulares, na membrana citoplasmática e em secreções extracelulares;

Emoliente - são formulações semisólidas, viscosas e monofásicas, possuindo combinações de água, óleos e gorduras, destinadas a ajudar a hidratar a pele e restaurar a oleosidade perdida devido ao ressecamento da pele;

Mucilaginoso - no sentido botânico é uma secreção rica em polissacarídeos. Retém a água aumentando de volume. Encontra-se, em alta concentração, em raízes aquáticas para sua proteção, envolvendo algumas sementes. São fibras onde a parede externa é lignificada e a interna contém muita celulose, é pobre em lignina, denominada camada G, absorve muita água.







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