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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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16 de maio de 2011

Novas andanças: Tração animal – Charreteiros de Queimados (Parte V)

Os serviços de transporte por tração animal (carroceiros e charreteiros) nas áreas urbanas nos municípios brasileiros merecem atenção especial, por sua importância econômica e social, o município de Queimados no Rio de Janeiro está nesse contexto. Classificado por alguns como ”um mal necessário” e repudiado por defensores de animais, essas atividades, especificamente, não pode deixar de ser uma questão cultural, pois é típico da sociedade, mesmo com os avanços tecnológicos e melhoramento nos tipos de transportes, mais que, no entanto, não atingem a todos, sobre tudo, pela falta de educação escolar, capacitação profissional e altos índices de desemprego. Os grandes centros sofrem com o exame de “incapacitados”, vindos dos municípios, que buscam oportunidades profissionais que não são capazes exercer. O êxodo rural contribui com esse exame, também por incapacitação e da falta de escolaridade. A agroindústria e agropecuária se expandem e há deficiência de mão de obra para esses setores, e isso é fato.
Quando visitamos os Charreteiros de Queimados, podemos confessar aqui, foi por curiosidade, diante da popularidade da atividade, mais logicamente, não podíamos deixar de aplicar a nossa visão técnica, havia um interesse em particular, pois quando estudante do CTUR/UFRRJ, os Equídeos era o tema principal, na disciplina Grandes Animais, muito da realidade nos faltou e seria importante buscar mais conhecimentos, para aprimorar os transmitidos em sala de aulas.
Então, para defender e mostrar as nossas opiniões sobre a importância econômica dos Charreteiros do município de Queimados, fomos buscar essa “realidade”, traçando o perfil desses bravos “trabalhadores” (homem x animal). Referimo-nos apenas aos que trabalham com o transporte alternativo, não há estatística do número de carroceiros que prestam outros serviços e mostrar aqui também a sua importância. Foi preciso interagir, com os charreteiros e usuários, isso nos foi permitido. Por isso mostramos aqui a nossa visão, confeccionamos gráficos, mais não mostraremos aqui as ilustrações.


Numa ordem de 100 – as divisões etárias dos Charreteiros, assim são distribuídas: 30% estão entre 30 a 40 anos; 25% entre 20 a 29 anos, 25% entre 41 a 50 anos; 15% menores de 20 anos e 5% acima dos 50 anos.

Mais de 60% possuem filhos, o que nos mostrou preocupação, 30% deles os filhos estão na faixa de 11 a 15 anos; 25% entre 16 a 20 anos. 15% dessas duas faixas trabalham e 5% na atividade de charreteiros. Os da faixa de 11 a 15 anos, mesmo frequentando a escola, 1% trabalham como charreteiros, no que contraria a lei.

Quanto à escolaridade, 35% tem ensino fundamental incompleto; 30% com ensino médio incompleto; 15% analfabetos completos; 10% analfabetos funcionais e 5% com ensino médio completo.

Quando perguntamos o porque da opção em trabalhar como charreteiro, a justificativas foram as seguintes: 35% justificou a falta de escolaridade para a capacitação para outras atividades; 40% por empregos que exigem profissionalização; 20% a falta de empregos no município e 5% alegam os baixos salários, insuficientes para o sustento de suas famílias, acrescentando a distancia da capital e o preços das passagens.

Há um grande impacto econômico da atividade, 90% tem a atividade de charreteiro como única fonte de renda para o sustento da família; 10% exercem outra atividade e como charreteiro somente nos finais de semana e feriados. Todos residem e são contribuintes de impostos no município e gastam 100% do faturamento no comércio local, inclusive com insumos de suas atividades.
Quanto aos usuários do transporte (passageiros), 100% aprovam. Foram confusas as respostas, tendo em vista, as justificativas: 50% mostram preocupação com o bem estar dos animais, mais alegam necessitar do transporte; 20% não trocariam o tipo de transporte, diante do preço da passagem e a regularidade nos horários; 15% usam, mais mostram preocupação com a segurança pela falta de manutenção das charretes; 10% acham úteis e práticos; 5% acham que deveria estender o serviço para outros bairros e gerar mais mão de obra.
Uma grande preocupação foi notar (não confessaram), o excesso de horas na jornada de trabalho e a execução em outras funções, se não o de transporte de passageiros, por um único animal para outras cargas: materiais recicláveis, mudanças, material de construção, lixos e entulhos. Isso, falaremos no próximo post.


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