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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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22 de junho de 2015

Caminho da Fé - Agropecuária e Agroecologia em Andradas

Apesar de reconhecida pela mídia como a Terra do Vinho por sua tradição vinícola trazida por imigrantes do norte da Itália, a Cidade de Andradas, localizada geograficamente na posição Sul/Sudeste de Minas Gerais em plena Serra da Mantiqueira, tem sua economia voltada para a Agropecuária. Das outrora 72 unidades de produção, atualmente conta apenas com sete vinícolas, que atuam desde a produção artesanal até a mais modernizada técnica, no entanto, a produção é razoável: a fragilidade das empresas de vinhos foi maior que a exigência de mercado, embora ainda existam adegas centenárias na região.
Segundo dados de 2007 (IBGE), o destaque maior, pode ser voltado para o cultivo do café (Serra dos Lima), que continua, há décadas, sendo o produto agrícola que mais retorna em recursos financeiros para produtores e para a cidade de Andradas.
Há outros destaques de importância econômica, que são a produção de louça sanitária, a indústria moveleira (empresas de organização familiar que surgiram de pequenos negócios), confecções (de malhas, vestuário em tecidos diversos e moda em couro), tecnologia vegetal, voltada para mudas de morangos produzidas para todo o Brasil e laticínios. A permanência de algumas indústrias na cidade é graças ao fornecimento de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Outras culturas econômicas, tais como, pecuária, banana, rosas, fabricas de doce, biscoito e bolacha, reforça e configura o atual perfil econômico de Andradas.
O processo da formação histórica tem forte influência da imigração e da cultura italiana, com isso, conformou um perfil sociológico diferenciado em relação aos municípios vizinhos, que influi e aparece em diversos indicadores de desenvolvimento econômico e de qualidade de vida. A polarização exercida por Poços de Caldas, a proximidade com as cidades paulistas de Campinas, Águas da Prata, Espírito Santo do Pinhal, Mogi Mirim, Mogi Guaçu e a própria capital (São Paulo), inclusive, pelo o afastamento econômico, político e cultural da capital mineira, definem fluxos e expectativas econômicas da simpática Andradas.
Dentre os atrativos culturais, há a Igreja Matriz de São Sebastião que é o Padroeiro da cidade e tendo sua imagem tombada por órgão de patrimônio histórico; a Casa da Memória e o Teatro Municipal que merecem ser visitados. Como rota de peregrinação, Andradas, conta desde 2003, com o “Caminho da Fé” – Baseada no Caminho de Santiago de Compostela na Europa. A rota tem 415 quilômetros de extensão que sai da cidade de Tambaú em São Paulo, passando por várias outras, inclusive Andradas, que foi a primeira cidade vizinha a fazer parte do Caminho da Fé, pois a origem da rota de peregrinação é Águas da Prata. A cidade também está incluída no roteiro dos Caminhos Gerais e da Rota das Capelas, mas não conta com infra estrutura para o turismo religioso, principalmente, para o Caminho da Fé, com maior movimentação, para os que seguem para o Santuário de Aparecida do Norte.
Nos esportes, oferece como atrativos locais propícios para a prática de aventura, os mais conhecidos: o Pico do Gavião e do Pântano que oferecem atividades como trilhas, rapel, tirolesas e voo livre, ou seja, o foco tem sido o ecoturismo, sendo a Pedra do Elefante (11 km do centro da cidade), Gruta das Queixadas, Toca das Andorinhas e, principalmente, o Pico do Gavião são os pontos mais conhecidos.
Cafezal - Serra dos Lima (Andradas)




30 de maio de 2015

Caminho da Fé – Agropecuária e Agroecologia de Águas da Prata

Águas da Prata, localizada na Serra da Mantiqueira proporciona em seu território uma natureza vasta e exuberante com belas paisagens e lindas cachoeiras. Por fazer divisa com Minas Gerais, Águas da Prata também guarda um histórico riquíssimo dos tempos áureos do café e da revolução de 1932, onde foi palco de alguns confrontos. Contrariando toda uma tradição histórica brasileira, em que os povoados surgiam ao redor de capelas e igrejas, Águas da Prata nasceu ao redor de uma estação ferroviária, em função do ciclo do café.
Logo após uma divisão administrativa do Brasil, no ano de 1933, o Distrito de Paz de Águas da Prata, figurava no Município de São João da Boa Vista. Elevado à categoria de município, passou a denominação de Estância Hidromineral de Águas da Prata, em julho de 1935 e com uma das principais atividades econômicas, a exploração de suas fontes de água, fato que a tornou reconhecida nacionalmente. Devido às características de seu relevo e clima ameno, o município tem um inegável potencial turístico, atrelado às qualidades medicinais de suas águas e à riqueza da diversidade da fauna e flora locais, poder-se-ia viabilizar um maior crescimento econômico cujo “produto” seria a preservação do meio ambiente, mas não tivemos essa visão em maio de 2015, ao percorrer o Caminho da Fé, projeto que se iniciou em 2003.
O desmatamento na região, bem como, a atividade mineraria traz consequência irreparáveis, tais como o “secamento” de nascentes e de cursos d’água, o assoreamento dos rios, a esterilidade da terra, a destruição dos ecossistemas naturais, trazendo a extinção de centenas de espécies de fauna e flora, a destruição da paisagem, riscos geológicos, sérios problemas na qualidade do ar e mudanças climáticas.
A importância de todo complexo ambiental e paisagístico de Águas da Prata é indiscutível, pela excepcionalidade das características existentes. Levantamentos feitos por biólogos e ecólogos apontaram que na região há espécies de mamíferos e de pássaros ameaçados de extinção. Levantamento arqueológico também dá conta que existam no lugar sítios arqueológicos importantes, além do que a área a ser minerada é facilmente sujeita à erosão.
Na área rural, o município deveria está sustentado pela agropecuária, distribuída no plantio de café com 1.100 ha; de batata com 450 ha; pecuária de leite e corte e suinocultura, das quais não se encontra dados estatísticos confiáveis da produção. No perímetro urbano a economia está vinculada pura e exclusivamente ao engarrafamento de água mineral.
Águas da Prata deve sua existência em razão de grande quantidade de sais minerais encontradas em suas águas, sendo que a origem do nome vem de uma corruptela do Tupi Guarani “Pay tâ” que ao ser pronunciada pelos portugueses tornou-se “Prata”.  “Pay tâ” que quer dizer em Tupi Guarani “Água Dependurada” em virtude da alta mineralização de águas que ao escorrerem próximas as minas, formam estalactites.
Nos primeiros tempos, constataram-se, através de uma primeira análise, as múltiplas propriedades medicinais das águas existentes na região. A divulgação propagou-se e iniciaram-se as margens da ferrovia a construção das primeiras casas. Em 1876 foi instalada a primeira engarrafadora de água no então Bairro de São João da Boa Vista, que mais tarde passou a Distrito com denominação de Estância Hidromineral, obtendo sua emancipação político administrativa em julho de 1935. A descoberta da fonte de água mineral, na margem do Ribeirão da Prata, em 1876 foi pelo dentista Rufino Luiz de Castro Gavião, que ali fazia caçadas, é atribuída ao acaso. O tal caçador percorria as terras de um lugar chamado Alegre, quando percebeu a preferência dos animais silvestres pela água da nascente, resolvendo prova-la, surpreendeu-se com suas qualidades. O fato foi relatado e comprovado por outras pessoas.
Com a inauguração do ramal da Estrada de Ferro Mogiana, ligando Cascavel (hoje Aguaí) a Poços de Caldas, em 1886, despertou o interesse dos cafeicultores da região para a estação de embarque da ferrovia no vale banhado pelo Ribeirão das Prata e o Córrego da Platina, que passaram a construir suas residências junto à estação, nascendo então um povoado, em 1913, e uma empresa para o fim em questão, fez surgir toda infraestrutura necessária na região.
Em 1916 fez-se o primeiro hotel e, por iniciativa particular de seus moradores, foi efetuada a análise química da água das fontes, constatando-se suas propriedades alcalinas. A vocação para Estância Hidromineral consolidou-se quando químicos do Departamento Geográfico e Geológico do Estado, pesquisando a região, fizeram prospecção das fontes, comprovando a viabilidade da exploração econômica de sua mineração.
É nessa pequena cidade que no dia 15/08/2003 foi criado o Caminho da Fé, caminho esse inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), do qual é possível percorrer 300 km pela Serra da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto, proporcionando momentos de reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza. A iniciativa proporciona e contribui com o desenvolvimento econômico e social das pequenas cidades ao longo do percurso, propiciando a integração cultural de seus habitantes com a dos peregrinos oriundos de todas as regiões do Brasil e de diferentes partes do mundo.





29 de maio de 2015

Caminho da Fé - A agroecologia na Mantiqueira

Serra da Luminosa
Caminho da Fé na Serra da Mantiqueira, atravessar a pé por 11 dias essa região, não foi só um desafio, mas, uma das maiores emoções de nossas vidas. O ordeiro povo, a cultura cabocla, a gastronomia regional e a agricultura familiar, serão os próximos assuntos aqui no blog e no perfil do Google+.
            A Serra da Mantiqueira é o mais importante maciço montanhoso do país e que se espalha pelas divisas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mantiqueira se origina do tupi-guarani e significa “Serra que chora”, assim denominada pelos índios que habitavam a região e devido à grande quantidade de nascentes e riachos encontrados em suas encostas. É nela também que estão localizadas as mais afamadas fontes de águas minerais do país nas regiões de Caxambu e São Lourenço em Minas, Campos do Jordão e Poços de Caldas e Águas da Prata. É nessa região em que se consolidou o chamado Caminho da Fé, feitos por peregrinos de todo o Brasil e até mesmo do exterior, isso desde 2003.
            A Serra da Mantiqueira integra o ecossistema da Mata Atlântica que possui uma das maiores biodiversidades do planeta. Apesar da ocupação das terras principalmente para a exploração da pecuária, existem ainda regiões de mata muito bem preservadas onde encontramos uma impressionante variedade de árvores como o jacarandá, cedro, canjerana, guatambu, ipês, canela, angico, jequitibá, e também a araucária (ou pinheiro-brasileiro) e o pinheiro-bravo, típicos do clima tropical de altitude. Este também é o “habitat” ainda hoje, de uma fauna variada onde se destacam o veado campeiro, o lobo-guará, a onça parda, o cachorro-vinagre, a jaguatirica, a paca, o bugio, o esquilo e o ouriço caixeiro. E entre as aves, a gralha-azul, o tucano, a maritaca, o inhambu, o jaçanã, a seriema e o gavião carcará.
            A Mantiqueira é a região preferida pelos alpinistas e “trekkers” onde no inverno, que coincide com a estação seca, pode-se subir alguns dos picos mais altos do país, tais como, a Pedra da Mina com 2.897 metros de altitude.  É lá também que estão algumas das cidades brasileiras com maior altitude, como Campos do Jordão/SP, com seus 1.620 metros. Um local muito procurado por amantes de esportes radicais é o Complexo da Pedra do Baú.
No início da ocupação do Brasil a Mantiqueira foi um grande obstáculo a ser vencido para as expedições que iam para o interior em busca do ouro e das pedras preciosas. Vários desbravadores paulistas, entre eles Fernão Dias Paes Leme, abriram e consolidaram durante a segunda metade dos séculos XVI e todo o século XVII, um caminho que se iniciava no Planalto Paulista, seguia pelo Rio Paraíba passando por onde estar hoje a cidade Pindamonhangaba, entre outras.
            Ao fim da jornada estão a grandeza e a imponência do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, o segundo maior templo católico do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A Passarela da Fé conduz os fiéis da Matriz de Nossa Senhora Aparecida (chamada de Basílica Velha) ao santuário, que já recebeu a visita oficial de três papas desde a sua inauguração, na década de 80.
Cafezal na Serra dos Lima - Andradas/MG

Agricultura familiar em Cantagalo - São Bento do Sapucaí/SP