João Felix no Caminho do Sabarabuçu (Acuruí) |
O Caminho de Sabarabuçu foi criado como uma
rota alternativa entre o Caminho dos Diamantes e a cidade mineira de Ouro
Preto. Seus 160 quilômetros conectam os distritos de Cocais (Barão de Cocais) e
de Glaura (Ouro Preto). Esse atalho ou variante encurtava a distância entre o
Caminho Velho e Diamantina foi suficiente para abrigar lugares com muita
história para contar.
Há
cerca de trezentos anos, as serras íngremes do trecho, cortadas por cursos
d’água como o rio das Velhas, eram vistas como verdadeiros tesouros, onde seria
possível achar ouro e outros metais preciosos. Essa crença devia-se ao brilho
que a atual Serra da Piedade (antigo Pico de Sabarabuçu) tem. O que os
bandeirantes imaginavam ser ouro era, na verdade, o minério de ferro do topo da
montanha (atual Santuário da Piedade), que refletia a luz do sol.
O
caminho ainda existente margeia o rio das Velhas e tem a Serra da Piedade, com
os seus 1.762 metros como um dos atrativos. Com sua mítica história da serra
que reluzia, aquela elevação montanhosa serviu como referência de localização
para a chegada às minas a partir dos municípios de Raposos, Sabará e Caeté.
Percorrer a pé esse trecho da Estrada Real foi
reviver, e com emoção, o passado e a história de Minas Gerais e do Brasil.
Caminhar pelo Caminho de Sabarabuçu foi
possível imaginar, passo a passo, o árduo caminho percorrido pelos
bandeirantes, tropeiros, naturalistas, incluindo os escravos, transportando
grande quantidade ouro e outras mercadorias, se perpetuando na história. No
trajeto, conhecemos figuras espetaculares: acolhedoras, alegres e folclóricas.
Naqueles tempos, havia os homens de simples
fé, e aos que dominavam as virtudes teológicas: adesão e anuência pessoal a
Deus e seus desígnios e iam construindo as ermidas em louvor aos santos de
devoção, que hoje, muitas se tornaram matrizes e deram nome as atuais cidades
do Estado de Minas Gerais.
Na atualidade, pouco se encontra sobre a
agricultura familiar, emboramente o trecho é viável economicamente para a
agropecuária, e para a dinamização em conceitos agroecológico.
Percorrer
o Caminho de Sabarabuçu a pé, foi à finalização de um projeto pessoal do autor desse blog, a edição
do livro “ESTRADA REAL – Capelas: A conexão da fé entre Velhos e NovosCaminhos”, que contará com prólogos dos amigos: Jornalista Marcia Leitão e do
Escritor Silas da Fonseca.