Torre remanescente (ruínas) da Igreja N.S. da Piedade Iguaçu/RJ |
Não restam dúvidas que o Ciclo do Ouro foi responsável pela
formação de um grande número de cidades, inclusive da expansão da atividade
agropecuária, até então restrita à proximidade da faixa costeira.
Não é de fácil compreensão, mas, é possível notar que os
primeiros núcleos de povoação não surgiram em torno de uma única e pura
atividade econômica, a exploração mineral, por exemplo, para sustentar
interesses e poder. Era preciso demonstrar de forma material, construindo algo que
pudesse ilustrar a força, financeira e politica.
Em anotações documentais desde a colonização, foi possível
notar (em nossas leituras) essa força, com o erguimento de capelas e igrejas em
determinadas regiões, que demonstrava a importância e o que um território
representava perante o poder secular e o poder eclesiástico. Essa postura,
inicialmente, configurava em uma “célula” que daria o surgimento de uma aldeia,
uma freguesia, uma vila e mais tarde, talvez, uma grande cidade.
Os colonizadores não eram por completo devotos. Alguns demonstravam
religiosidade como forma de justificar o aquinhoamento de longas extensões de
terras adquiridas, e com isso, iam “patrocinando” sua fé.
A construção de
capelas particulares era um hábito comum e muitas delas se destacam, três
séculos depois, devido aos significados históricos e por representar nos dias
atuais, uma expressão viva dos primeiros séculos da formação de nossa cultura
nacional, alguns atrelados apenas a costumes regionais.
À História dos caminhos e descaminhos do ouro, pode-se
vincular a produção do patrimônio cultural, material e imaterial, produzido nos
primeiros tempos de colonização. Os desbravadores e viajantes, para suprir suas
necessidades foram formando roças, pousos, povoados e construindo capelas. Outros,
apenas de passagem, escrituravam as atividades “domésticas” e não demostravam
seus valores espirituais.
Ao longo da Estrada Real (caminho velho e caminho novo) pode-se
ainda encontrar a maioria das capelas e igrejas construídas na época da mineração,
embora apresentem modificações em suas estruturas e nos detalhes artísticos.
Pode-se perceber que não foram poucas e que acabaram por compor significados em
cenários regionais.
Lamentavelmente, importantes delas para nossa história, não
mais existem ou encontram-se atualmente com poucos vestígios materiais e
artísticos das edificações, algumas são apenas ruínas ou estão
descaracterizadas da sua concepção original.
É preciso salientar que as maiorias construídas nos
primeiros séculos de colonização, foram demolidas naquele mesmo período e nos
seguintes, devido aos seus pequenos portes e por terem sido construídas com
materiais não duráveis.
Em nossa jornada no Caminho do Sabarabuçu, que será
transcrita no livro de nossa autoria: "De Iguaçu ao Sabarabuçu - Capelas: A conexão da fé entre Velhos e Novos caminhos"
Igreja Nossa Senhora do Pilar |
Citaremos nos escritos de nossa jornada a Igreja Nossa
Senhora do Pilar, uma edificação (sagrada) significativa do conjunto de bens
imóveis, do que se refere à Estrada Real, cujo nas imediações dava acesso para
o Caminho Novo, expandido, na época, a Freguesia de mesmo nome, uma das mais
antigas e importantes de todo o período colonial, das mais bem sucedidas
freguesias da Vila de Iguaçu (hoje Duque de Caxias), possuía um engenho de açúcar
e produzia aguardente, milho, feijão e café.
Assim será a nossa jornada, buscando essas riquezas.
Capela de N.S. da Expectação do Parto (Igreja do Ó) - Sabará |
Capela de Santo Antonio do Pompeu - Sabará |
Igreja Nossa Senhora da Conceição do Marapicu |