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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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30 de janeiro de 2011

Região Serrana – Tragédia anunciada, o histórico de mortes por chuvas.

Para especialistas, a maior catástrofe da história do Brasil, era uma tragédia anunciada. A região serrana do Rio de Janeiro é castigada anualmente por deslizamentos de encostas e transbordamento de rios, e desde 2005, estudos apontavam que 33 mil pessoas viviam em áreas de risco. A conclusão é que condições climáticas adversas, o crescimento desordenado e falta de políticas habitacionais causariam o desastre.
Segundo estudo de Waleska Marcy Rosa, professora de Direito Constitucional do Centro Universitário Serra dos Órgãos, pelo menos 25% dos imóveis (cerca de 10 mil) de Teresópolis eram irregulares. Em Petrópolis, seriam no mínimo mil. Segundo a professora Waleska, há a falta de planejamento e legislação para o uso do solo. Em Teresópolis, a base legal é fraca, a omissão do poder público se repete ao longo de décadas. Ao invés de reprimida, a ocupação é estimulada com a instalação de serviços, como abastecimento de energia, água e asfalto, isso, nas áreas urbanas.

A região serrana tem triste histórico. Em 1987 deslizamentos em Petrópolis e Teresópolis mataram 282. Um ano após, Petrópolis teve sua pior enchente, com 277 mortos e 2 mil desabrigados. Em 2000, Friburgo, Petrópolis e Teresópolis foram devastados pela chuva, resultando em 5 óbitos. No ano seguinte, Petrópolis voltou a sofrer, registrando 48 mortes e 793 desabrigados. Em 2003, foram 33 mortos. Em 2007, 10 morreram em Friburgo, 8 em Sumidouro, 3 em Petrópolis e 2 em Teresópolis. Petrópolis registrou 9 mortes em 2008. Outro impacto negativo do crescimento desordenado na região é a falta de saneamento básico. Em Teresópolis, apenas 7,7% das moradias tinham rede de esgoto segundo o Censo de 2000, enquanto 37,15% dos dejetos produzidos na cidade eram diretamente lançados em rios e lagos. Na mesma época, Petrópolis lançava 15,2% dos seus dejetos em rios.

Nas zonas rurais, estimam-se que cerca de 200 mil pessoas “trabalhavam” em pequenas propriedades na Região Serrana (proprietários, posseiros, meeiros e trabalhadores com ou sem registro), principalmente, os envolvidos na agricultura familiar. Em algumas áreas, a chuva arrastou até a camada fértil do solo.

Área rural antes...

...e depois das chuvas.

O rastro de destruição é inacreditável na Região Serrana do Rio de Janeiro, principalmente nas áreas rurais. Não precisa ser especialista para saber que o prejuízo econômico é incalculável. Plantações inteiras de hortaliças e legumes foram arrasadas. Em algumas propriedades, a água arrastou, além de plantações, a camada fértil do solo e o subsolo, deixando as rochas expostas. Nesse caso, é perda total. Será impossível voltar a plantar e produzir nas áreas atingidas. Em outras, a lavoura ficou razoavelmente preservada, mas os agricultores correm o risco de perder tudo porque a situação das estradas impede o escoamento dos produtos, ou o desmatamento no “pé” de morros corre risco de novos deslizamentos.

No detalhe, área de plantio após desmatamento.

A região serrana é responsável por metade de toda a produção de olerícolas, e 70% de todas as hortaliças folhosas. A floricultura que movimenta a economia de Nova Friburgo e arredores responde por quase 90% da produção fluminense. O impacto social da destruição é enorme, devido ao perfil dos agricultores, a esmagadora maioria formada por pequenos proprietários. São 17 mil produtores (registrados), e cada um trabalha com pelo menos mais dez pessoas, entre familiares e empregados.

Será preciso uma politica séria para as próximas ações, principalmente, para a agricultura, pois, os dados divulgados não são precisos, levando-se em conta que muitos agricultores, são meeiros, não tinham títulos de suas terras, não estava associado a nenhuma entidade ligada à atividade agrícola ou pecuária, nem sequer, receberam visita ou foram entrevistados por recenseadores do IBGE em 2010. A pergunta é: Como serão ajudados pelas ações do governo? Sobre esses dados, falaremos no próximo post.

26 de janeiro de 2011

Tragédia na região serrana - Consumo de animais

Animais circulam em áreas rurais devastadas

Um risco iminente é o abate de alguns animais de produção para consumo. A falta e distribuição de alimentos em áreas isoladas ainda são precárias ou a ajuda não chegou. Fatalmente animais de pequeno e médio porte serão utilizados, tendo em vista que muitos desses animais servem para a subsistência das famílias como fonte de alimentação (galinhas, patos, suínos e coelhos). Vimos e fizemos imagens de inúmeros animais em áreas atingidas apenas pelas águas. Em alguns sítios, o comprometimento da sanidade é aparente. Doentes, os animais se comportam de forma prostrada ou pastejam em áreas contaminas.
Sabemos que as prioridades são para vidas humanas, mais é necessário que especialistas ou técnicos, orientem as equipes de resgate e atentem para esse perigo. Como voluntário e formação técnica em agropecuária, fiz o meu papel, mais para os que continuam na região devem insisti nessa orientação.

Teresópolis - Tragédia na região serrana - Ajuda em Santa Rita


Equipe de apoio e rastreamento - Distrito de Santa Rita/Teresópolis

Estamos em Teresópolis, uma das cidades atingidas pelas chuvas, preparando matéria para publicar no blog. Neste post vamos apenas colocar algumas imagens da zona rural da cidade. Estou fazendo parte de uma equipe de resgate composta de vários voluntários, com funções divercificada: resgate de moradores isolados, localizar corpos, ajuda médica, resgate de animais com traumas fisicos ou perdidos, apoio psicológico aos sobreviventes, envio de alimentos e água, bem como, orientação sobre o não consumo de alimentos e animais  que tiveram contato com as águas da enchente ou deslizamentos, sobre tudo, hortaliças e animais (exemplo: galinhas, suínos, caprinos e outros), de produção.
Equipe formada, veja abaixo:

GRBS - Comandante Santos e seus comandados: Geísa Macedo, Marcilio Cardoso, Gian Carlo, Jorge Natalino e Jonatham (resgate e apoio ao grupo):
CRUZ VERMELHA/RJ: João Felix (resgate e ajuda aos animais);
DEFESA CIVIL de Queimados: Alex Groetars e André Faria (resgate de sobreviventes) ;
DIR. GRUPO DE ESCOTEIROS DE DUQUE DE CAXIAS: Angelo Brasil;
Equipe médica e enfermagem e voluntários de apoio de Teresópolis: Sete integrantes (atendimento médico e psicológico);
EQUIPE DO EXÉRCITO: Sete integrantes (transporte da equipe e segurança):

Nota: enviamos esse material (imagens) usando notebook com conexão em 3G, por colaboração de Patricia, voluntária e moradora da região. Veja abaixo as imagens:

A chegada do grupo em Santa Rita

No detalhe: Comandante Santos, lider do grupo GRBS

Assim estava Santa Rita - Área de moradores e produtores agrícola


Aqui existia plantio de hortaliças - Santa Rita

A jornada do grupo

Zona rural, o encontro da tragédia

Área de produção agrícola de Santa Rita

Como membro do grupo - Minha chegada ao haras da fazenda Santa Rita

 
Durante as jornadas do grupo, como voluntário, essa era a minha missão, localizar animais e comunicar as equipes de veterinários

Famintos, doentes e desorientados, muitos animais continuam a espera de ajuda.

 
Apoio do GRBS no resgate de animais perdidos na região

Em Santa Rita muitas áreas de produção de hortaliças estão assim abandonadas pelo isolamento da região


Atendimento médico aos agricultores isolados

Foto de Angelo Brasil - Sobrevoo de aeronave em área agricola isolada.






23 de janeiro de 2011

Sumidouro - Tragédia na região serrana - Ajuda ao Distrito Dona Mariana


Hoje (23/01/2011), assistindo o programa Globo Rural, dos conteúdos do programa, o que mais nos chamou atenção, foi à abertura, onde dizia: “A natureza sempre surpreendeu. O que podemos fazer é não agravar as condições que facilitem os desastres. A natureza sempre surpreendeu os sábios, os cientistas, os políticos e os profetas”.
E como estamos preparando o nosso histórico de nossa contribuição como voluntário na tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, para publicar em nosso blog, o que vem mais nos surpreendendo, são a forma como a catástrofe vem sendo tratada pelos políticos. Pelo o que nos ocorre e surpreende mesmo, são suas atitudes e mentiras. Não sei porque ou qual intenção em esconder a real situação daquele povo sofrido da região serrana. Não sei como “eles” tem a coragem e a cara de pau de posar para as câmaras e lentes fotográficas e dizer que recuperaram as áreas devastadas.
Estamos verificando os dados demográficos (IBGE 2010) dos municípios afetados, sobretudo, das áreas rurais. A coisa é tão complicada de entender e opinar, que temos receio em descrever aqui o que vimos por lá. Só pra se ter ideia, nas áreas rurais, a maioria são meeiros ou empregados nas atividades da agropecuária e de agricultura familiar. Dos que sobreviveram, a maioria perderam suas produções ou não há forma de escoar seus produtos. Com o comprometimento das estradas e da fertilidade do solo, que com certeza, lavará anos para recuperar (ou nunca), terão ainda, a preocupação de pagar os seus financiamentos, pois a única solução encontrada no momento é a prorrogação para 180 dias a partir da data de vencimento das operações. Estima-se em 913 o número de agricultores abrangidos pela medida, os números são “furados”. Gostaria de saber qual a mágica que os atingidos farão para cumprir isso, diante da catástrofe. E para os mortos e desaparecidos, qual é a proposta? Ficarão com dividas?
Então para tentar intender “a magica” dos políticos, começaremos mostrando imagens do Município de Sumidouro, que “tinha” 14.920 habitantes, que “tinha” 9.462 na zona rural, que significava 63,42% da população (IBGE 2010). As equipes de resgate tiveram dificuldade de chegar aos distritos de Campinas, Santo André, Dona Mariana e Simões. A nossa não conseguiu chegar ao Dona Mariana (o mais afetado), enquanto isso, não muito longe de nossa equipe, caía um helicóptero do Exercito.

Vejam abaixo as imagens e reflitam:

Estrada de acesso ao distrito de Dona Mariana

Foto de Angelo Brasil: Área rural de Sumidouro (Dona Mariana)

Foto de Angelo Brasil: Escola as escura (abrigo aos sobreviventes e desabrigados)

Foto de Angelo Brasil: Área rural de Sumidouro

Foto de Angelo Brasil: Área rural de Sumidouro

Foto de Angelo Brasil: Área rural de Sumidouro (Dona Mariana)

16 de janeiro de 2011

Seja um voluntário da Cruz Vermelha


Foto: Caminhão sendo abastecido com donativos para Nova Friburgo - Sede da Cruz Vermelha - Rio

Fomos até a Sede da Cruz Vermelha no centro do Rio para entregar alguns donativos e lá chegando, integramo-nos as equipes de voluntários. Notamos que os donativos que chegam a todo o instante não são suficientes, mesmo que nossa impressão fosse de grandes proporções. A quantidade de caminhões também não é suficiente para levar os donativos até as cidades atingidas.
Apuramos em conversa com outros voluntários que chegam dessas áreas em seus próprios veículos (para pegar donativos), que à medida que as equipes de resgate avançam por áreas devastadas pelas chuvas, a tragédia na região serrana do Rio ganha contornos ainda mais dramáticos. São mais de 8 mil desalojados (retirados de suas casas) e mais de 6 mil desabrigados (que perderam suas casas). Eles afirmam que estes números ainda podem crescer drasticamente nos próximos dias, diante das dificuldades de avanço de equipes de socorro para as áreas rurais que estão totalmente isoladas e sem ajuda.

Fonte: Foto do Site da Cruz Vermelha - Área rural devastada

Emboramente a prioridade de resgate e ajuda está direcionada as vitimas humanas, principalmente a procura de corpos, o número de animais abandonados e feridos são assustadores, relatam eles, a quantidade de ração e medicamentos veterinários não é suficiente e precisa de profissionais voluntários para atuar neste setor, pois muitos animais podem estar doentes e contaminados e precisam ser vacinados. Outro risco é o abate de alguns animais de produção para consumo, uma vez que, com a falta de alimentos em áreas isoladas e que é tardia a ajuda, fatalmente esses animais serão utilizados, tendo em vista que muitos desses animais servem para a subsistência das famílias, como fonte de alimentação.

Com o cadastramento como voluntario, iremos integrar na próxima quarta-feira (19/01) a equipe que será formada para atuar exclusivamente para este fim, para possível resgate de animais, alimentação, vacinação e orientação aos desabrigados para que não consumam animais com a sanidade comprometida. As equipes serão compostas de Veterinários, Zootecnistas e Técnicos das áreas de Agropecuária, Agrícola e de Meio Ambiente.





15 de janeiro de 2011

Áreas rurais. A tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro

Fonte: foto do blog do Amaral
Em solidariedade aos familiares, sobreviventes e vitimas atingidas pelos deslizamentos provocados pelas fortes chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro, deixaremos de publicar este mês, assuntos relacionados às áreas rurais agrícolas de Minas Gerais, por ocasião de nossa visita aos municípios de Sabará, Santa Luzia e Taquaraçu de Minas. Os assuntos previstos são: culinária e cultura do Ora-pro-nobis, qualidade do leite e seus derivados em pequenas propriedades, falta de orientação técnica por parte das secretarias municipais e o desconhecimento da legislação e benefícios nas ações sociais do governo federal.
Acompanharemos ações de resgates nas áreas rurais atingidas, como: Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Sumidouro. Transcreveremos notícias e imagens dessas localidades, bem como, citaremos as fontes de informações dessas ações.
Cabe esclarecer, que este blog não tem o perfil de noticiar assuntos que não sejam de interesse estudantil, de formação técnica e relacionada à agropecuária e agroecologia. Mais, diante da catástrofe ocorrida, é interesse noticiar os acontecimentos das áreas exclusivamente agrícolas que foram destruídas, onde residem e trabalham pequenos agricultores, da agricultura familiar, e principalmente, profissionais que atuam ou que estavam estagiando nas atividades da agropecuária e que precisam de ajuda e orientação.

Nesse momento, toda a ajuda é bem vinda e todas as ações são prioritárias. O que deve ser feito, é o encaminhamento de equipes especializadas, exclusivamente para estas áreas, pois, só a agricultura familiar da Região Serrana, somam 17 mil produtores que sobrevivem da atividade e movimentam cerca de R$ 850 milhões por ano, por tanto, não podem ser esquecidos.






6 de janeiro de 2011

Presépio do Pipiripau

Deixamos de publicar alguns assuntos importantes aqui prometidos em 2010, tais como: Acidentes com tratores, Segurança no Trabalho em áreas rurais e as Normas Reguladoras; que mereceu pesquisa mais aprofundada e discussão com técnicos e professores especializados, bem como, comentar sobre a enquete postada neste blog sobre o assunto. Em nossas andanças, aproveitamos para fazer algumas visitas técnicas, buscando assuntos que pudece ser de interesse aos nossos leitores para 2011, como: Plantas medicinais, Qualidade do leite em pequenas propriedades e a falta de orientação técnica e apoio das Secretarias de Agricultura em pequenos municípios para pequenos produtores.
Visitamos a UFMG (Universidade Federal de Minais Gerais), e para nosso interesse, fotografamos, fizemos leituras de algumas obras de interesse técnico e conhecimento em todos os setores: canteiros de ervas medicinais e aromáticos, solo, adubação, sementes diversas, plantas raras e em extinção, entre outras.
Nessa visita, pudemos apreciar obras e achados importantes da mineração, história da colonização e a diversidade cultural do povo mineiro, tudo localizado e bem organizado no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.
E entre tudo lá exposto, encontramos uma obra prima, que não podemos deixar de comentar, que é o PRESÉPIO DO PIPIRIPAU, construído a partir de 1906 por Raimundo Machado de Azevedo (foto 2) que revela a singeleza característica dos presépios mineiros. O Presépio do Pipiripau, segundo informações do monitor que nos acompanhou, retrata 45 cenas da vida de Cristo, nas quais 580 figuras se movem e retrata muito da vida cotidiana de Belo Horizonte ao longo das primeiras décadas do séc. XX. Devido a seu enfoque cultural e religioso, além da técnica e arte adotadas, foi tombado em 1984 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O seu autor (artista), mineiro de Matozinhos, nasceu em 1894 e foi casado com Ermenegilda Machado, com quem teve nove filhos. O senhor Raimundo, estudou pouco, apenas o Curso Primário, foi balconista e funcionário da Prefeitura de BH e da Central do Brasil. Obteve o ofício e experiência na área de mecânica. Prestou serviços a Empresa de Engenharia Gravatá e aposentou-se em 1960 pela Imprensa Oficial. Raimundo Machado de Azevedo, mesmo criado em ambiente simples e religioso, desde menino tinha fascínio pelos presépios montados durante o natal.

O Presépio do Pipiripau é uma belíssima obra de arte. Vale apena conferir.